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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

WESLEY :"Desistir é para os fracos, insistir, para os fortes". Jogador do Fortaleza Esporte Clube.





- O mundo das drogas não tem dois caminhos... Só um... A morte

A frase de Dona Edvalda é alarmante. Realista. Por sorte, não enquadra o filho Wesley. O hoje meia do Fortaleza está são e salvo. Dentro e fora de campo, no entanto, carrega as lembranças do passado recente difícil. Já foi preso. O atleta, de 21 anos, ganhou em 2018 uma nova chance com o técnico Rogério Ceni e vem se destacando. Desde 16, está no Pici, começando nas categorias de base do clube, justamente no CT Ribamar Bezerra, onde o time profissional treina atualmente.
- Aqui é minha segunda casa, não só porque os treinos são aqui. Mas, pelo Fortaleza, que me acompanha desde 2012, me dá oportunidade, uma nova chance de vida - confessa Wesley.
Em 2015, por estar presente em uma cena de crime, Wesley foi preso. Presenciou um homicídio, mas foi levado junto para a cela com o homem considerado culpado. Precisou fazer o exame de parafina, exame de resíduo de disparos, para ser considerado inocente. Dormiu no chão, com dois lençóis como cama, e fez de uma garrafa de dois litros, cheia de água, o travesseiro. Ele traz na memória.
- Eu bati com um rapaz, a gente foi subir na rua. Ele falou que tinha um cara querendo tomar a "bocada" (referência às drogas) dele. Eu subi a rua, ele veio atrás. De repente, ele bate com o cara. Disparos de seis tiros. Eu corri, ele correu atrás. Quando dobramos, tinha um Ronda do Quarteirão (Polícia, no Ceará). A gente botou as mãos na cabeça, eles deram voz de prisão - rememora. 

Foi considerado inocente pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) em dezembro de 2015. Quando preso, viu jogo do Fortaleza e queria retornar aos gramados. Nunca, nem em sonho, pensou em trabalhar com Rogério Ceni, ex-goleiro do São Paulo e hoje técnico do Leão. Mas o improvável aconteceu.  

Estou tendo boa oportunidade com ele (Rogério Ceni). O que ele vem me pedindo, eu venho fazendo dentro de campo. Fico muito grato a ele - afirma Wesley. 

Para chegar aos treinos, o meia já precisou de ajuda da mãe e da avó. Elas, inclusive, chegavam a economizar na comida para investir nas passagens do ônibus. E, quando não havia recurso, pediam emprestado a terceiros. Hoje, o garoto é uma das apostas no time do Tricolor no estadual e para a Série B do Brasileiro.
- Hoje eu sou vitoriosa. Já passei fome. Ele ia para o treino sem almoçar. A gente pedia dinheiro aos outros para ele ir aos treinos - desabafa a mãe do jogador, Dona Edvalda. 

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