No terceiro módulo de palestras do 3º Simpósio de Educação Continuada
da Comissão Nacional de
Médicos do Futebol, o assunto tratado foi
"Doping: do campo ao Tribunal". Coordenada por Fernando Solera,
presidente de Controle de Doping da CBF, a série temática de palestras
também teve a presença do doutor Osni Jacob, do Presidente do Tribunal
de Justiça Antidopagem Luciano Hostins, e do sociólogo Marco Aurélio
Klein.
Solera detalhou os procedimentos que precisam ser realizados em todas
as partidas de futebol e explicou que o controle é feito por três
pontos. O primeiro é a igualdade: que o técnico escale o melhor do grupo
naquele momento, e não o que está usando uma substância proibida. A
segunda questão é a saúde: um exame de dopagem pode detectar algum
problema que o atleta vem apresentando. A terceira questão é a ética:
prezar pelo
Fair Play, tentando proporcionar um jogo justo. O
coordenador da palestra também ressaltou a distribuição das equipes pelo
Brasil e a importância da educação e de treinamento.
– Nós temos equipes de controle de doping no Brasil inteiro. Isso é
muito importante pois em qualquer lugar que você for jogar terá um
responsável por aquela equipe. Em alguns estados que há um maior número
de partidas, a gente tem uma equipe maior, como em São Paulo onde há 50
pessoas envolvidas em controle de doping. Cada um recebeu o treinamento e
tem o certificado FIFA. Todos nós fizemos o que estamos fazendo hoje, a
educação continuada – comentou.
Osni Jacob trouxe para sua palestra estatísticas sobre casos
analíticos adversos. Ele também falou sobre as evidências que mais têm
aparecido nos exames de 2017, como diuréticos e corticóides, com 7 e 6
casos, respectivamente. O médico trouxe históricos de controle de doping
ao longo dos 27 anos de controle e 55.707 amostras, sendo, em 2017,
5.500 feitas. Hoje, pode-se dizer, de acordo com o Sistema ADAMS - uma
plataforma na internet para conciliação, mediação e arbitragem - que em
termos mundiais temos uma incidência de doping de mais ou menos 0,5% no
futebol.
Já Luciano Hostins falou sobre como a legislação esportiva atua
perante ao doping e as divisões do Tribunal. O Presidente do TJD-AD
explicou todas as implicações a que os médicos e jogadores têm diante do
Tribunal de Justiça e quais as penas realizadas a determinadas
infrações de médicos e atletas. Hostins ressaltou o aumento no uso de
diuréticos, citado por Osni na palestra anterior, e convidou a Comissão
de Dopagem da CBF para que se promovesse uma parceria com o Tribunal.
– Nós precisamos investigar e tentar identificar o motivo desse
aumento. Será que está se usando o diurético com a finalidade de
mascarar o uso de uma substância pior? Será que está havendo muitos
casos de contaminação? Pois é uma preocupação. É com a saúde do atleta
que estamos lidando nessa situação.
Finalizando o módulo, Marco Aurélio Klein falou sobre métodos de
prevenção contra contaminação involuntária, circunstâncias de
inteligência e ida a campo para proteger o atleta. Ele usou como exemplo
dessa chegada ao campo, um aparelho de leitura imediata que indica
alguma substância que possivelmente o atleta esteja utilizando. O
sociólogo também anunciou que, em fevereiro, terá um aplicativo com uma
lista de substâncias proibidas pela WADA e que o atleta e o médico
poderão consultar o medicamento que irá usar para ter ciência de algum
elemento proibido.
A programação do evento continua durante a terça-feira (24) e termina
nesta quarta-feira (25). Ao todo, são 8 módulos com diferentes temas da
área médica esportiva como tratamento de lesões, doping, concussões e
fraturas.
fonte:
https://www.cbf.com.br/noticias/comissao-nacional-medicos-futebol/especialistas-falam-sobre-doping-no-futebol?ref=latestnews#.We_i7HbJ0ps